Me pergunto porque em busca de conforto momentâneo nos prendemos a lugares tão desconfortáveis que adoecem nosso ser.
Tenho ouvido, visto e até vivido situações que acontecem simplesmente porque não queremos abrir mão de coisas que talvez um dia tenha feito sentido e outras que nunca farão. Mas para evitar o desconforto de tomar decisões difíceis acabamos por ignorar as dores de nossas almas.
Frequentemente escolhemos as lágrimas ao invés de atitudes, e isto sem justificativa alguma. Não que tenhamos que brigar com tudo e todos para que as coisas ocorram da forma como desejamos, mas precisamos saber o ponto onde a empatia se transformou em tolice.
Tenho encontrado muitas pessoas feridas que poderiam ser brilhantes e talvez nunca se tornarão. Porque para ir além é necessário sair do conforto e nem sempre queremos isso. Tomar decisões, trilhar novos rumos, fazer escolhas diferentes, pode ser desesperador e desconfortável. Mas na falta de uma postura correta diante da vida encontraremos um conforto momentâneo que é o anúncio da desgraça.
Parece uma frase clichê de autoajuda mas: Todas as vezes que optamos por não tomar atitudes, ainda que difíceis, a vida automaticamente toma tais decisões por nós, e na maioria das vezes o resultado nunca é vantajoso.
É necessário parar para pensar o porquê de estarmos fazendo o que fazemos. Pois se evitarmos a vida inteira os passos desconfortáveis nunca sairemos do cenário conhecido e eu duvido que a vida que levamos é o ápice dos nossos desejos.
Então reflita em suas escolhas até aqui e fuja do comodismo, pois nada é cômodo para sempre. A vida passa e os arrependimentos vem como pedras a rolar, esmagando a paz de quem não ousou viver!
Que não nos prendamos a coisas, lugares ou pessoas que nos adoecem por medo de abrir mão e tomar decisões. A curto prazo isso nos causará dor, mas a longo prazo isso pode salvar nossas histórias.
Certa manhã me olhei no espelho;
Aquele reflexo não era eu.
Era só um ser displicente
Que ser conveniente
Dia após dia aprendeu.
Tornei-me uma imagem esculpida
Pelas falas de um milhão de gente.
Pessoas que também sofridas
Por esse mal indecente.
De abrir mão de si mesmo
Por uma mera opinião,
Que tornam todos em nada
Um cego numa multidão.
Ouvindo um barulho infernal
Todos mostrando um sinal
Sem saberem a direção.
Talvez não hoje, mas um dia certamente você vai precisar de um lar. Um lugar para voltar, um porto seguro, onde sucessos e fracassos possam ser compartilhados.
Você vai precisar de um lar, acredite, você vai! Pois a vida é cheia de surpresas e por vezes nos deixa desorientados em meio a tantas incertezas, e nesses dias, nada é tão certo quanto pessoas por quem vale a pena viver.
Não descubra tarde demais que a maioria das pessoas não se importa com você. No fim, nos dias difíceis restará apenas os mais íntimos, os quais são poucos.
Se preocupe em construir relações verdadeiras com pessoas com quem você não precisa fingir e viver como um personagem. Com aquelas que podem conhecer suas mazelas sem se escandalizar, pois são essas as pessoas que um dia segurará em tuas mãos e te erguerá.
Permita-se ser conhecido e conheça gente sincera. Somos seres que vivem em sociedade, mas francamente… A maioria de nós estamos sozinhos em meio a multidão! Tendo casa, mas não lar, vivendo com pessoas, mas sem ter ninguém.
Infelizmente ignoramos a importância de bons relacionamentos e nos relacionamos de qualquer forma. Mas que não seja assim. Que possamos construir lares, pois seja para rir ou chorar, este é o melhor lugar.
Então pare um pouco e pense: Onde você estará daqui a dez anos, e quem você quer que esteja junto contigo? E o mais importante… Quem, independente se teus planos derem certo ou errado não vai te desamparar no caminho?
Independente de quem somos ou da força que temos, é necessário saber que se um dia precisarmos alguém vai estar lá.
A vida é tão cheia de curvas sinuosas que não nos permite ver o que está logo ali na frente. Como um carro veloz seguimos em direção ao futuro esperando que este seja melhor que a realidade agora vivida. Nessa pressa incessante pouco paramos para ver coisas ao nosso redor que talvez, por hora, fosse tudo o que precisaríamos para ser feliz.
A verdade é que temos a esperança que após a próxima curva tudo será melhor pois estamos dirigindo com muita diligência. Mas quem poderia garantir isso?
Estou convencido de que enquanto caminhamos para o melhor que desejamos, precisamos aproveitar as paisagens que se apresentam e são capazes de alegrar nossos corações. Esposa, pais, amigos… Nada disso é eterno e pode desaparecer de uma hora para outra sem que possamos voltar atrás e tentar reviver momentos de forma mais verdadeira.
Estamos perdendo momentos de risos por pressa de chegar a um lugar melhor e nem calculamos que as curvas da vida trazem coisas boas, mas frequentemente, ruins também.
Se Deus tem te permitido sorrir hoje, sorria! Aproveite cada momento e tente ao invés de caminhar apressado, aproveitar cada passo de sua jornada.