Os dias se passam
E estou quase igual,
As minhas escolhas
Me fizeram mal.
É que eu ouvi muita gente,
Amigos e parentes,
Que apostavam em mim.
E nas muitas palavras,
Ouvi a quem falava
Mas não me ouvi.
Corri tão veloz
Por onde apontaram.
Me fiz alguém útil
Como desejaram.
Matei os meus sonhos,
E não tive ganhos
Por onde passei.
E o preço que pago
É ser desprezado
Por quem ajudei.
Mas chega estou vivo
E sei o que preciso,
Eu preciso de mim!
Vou parar e me cuidar
Eu vou me levantar,
Não vou ficar assim.
Os meus traumas de outrora
Vencidos serão!
Eu serei meu amigo
Me darei atenção.
E antes mesmo que aja,
Que eu diga ou faça
Pararei para me ouvir.
Porque nesse instante
A coisa mais importante
E que eu cuide de mim.
Não posso voltar
E resetar o tempo.
Mas tenho o agora,
Tenho esse momento.
Vou mudar minha história
E começo agora,
Terei um novo fim.
É minha decisão
Pois o meu coração
Agora, vai cuidar de mim!
Essa poesia é bem pessoal, mas pode representar as dores de muitas pessoas que vivem sem nunca olhar para si; uma tendência muito grande quando nos propomos a agradar as pessoas que amamos ou que nos importamos julgando que as nossas ações são imprescindíveis a sua felicidade.
Ser querido pelas pessoas é algo muito bom na maioria das vezes, penso eu, mas existe um fardo muito grande nessa afirmação. Pois quando alguém diz que gosta de você geralmente existe um motivo, e se esse motivo deixar de existir você irá decepcioná-la. E é aí que se inicia um círculo infinito em que nos colocamos como responsáveis pelos sentimentos e opiniões das pessoas, sem notar que independente do que façamos de bom ou ruim, a pessoa nos julgará a partir do seu conhecimento de mundo e não do nosso.
Portanto, deixar de viver para fazer atos que apenas beneficiam os outros se torna um tiro no escuro. As pessoas vão se alegrar no início, mas logo esquecerão e terão outras necessidades, e outras, e outras… Enfim, se o preço para ser amado é o serviço prestado, prepare-se para ser um escravo para o resto da vida.
Foi isso que aprendi em minhas reflexões e me questionei: E eu? Quando vou me esforçar por mim mesmo? Quando vou cuidar de mim da mesma forma que cuido dos outros? Quando vou me valorizar de verdade sem me culpar por isso?
A grande verdade é que não há espaço para cuidar de todos e também praticar o autocuidado. Mas podemos priorizar o autocuidado e cuidar de quem der pra cuidar. Fazer uma lista de preferências. Pessoas realmente essenciais: cônjuge, filhos, pais, alguns poucos amigos e provavelmente o nosso tempo já vai ser preenchido aí.
Quem decide lotar a sua agenda de pessoas, nunca terá tempo para si mesmo. É bem melhor receber xingamentos de pessoas que querem a sua atenção e você não consegue fornecer, do que chorar diante de si mesmo por nunca priorizar seus próprios passos.
Essa poesia é o aviso de que cada pessoa tem uma vida. E cada ser vivo precisa viver de verdade. Isso nunca acontecerá se os outros ditarem as regras.
Seja dono de si mesmo… ouse viver, talvez você goste da sensação de estar vivo!