Coveniente

Certa manhã me olhei no espelho;
Aquele reflexo não era eu.
Era só um ser displicente
Que ser conveniente
Dia após dia aprendeu.
Tornei-me uma imagem esculpida
Pelas falas de um milhão de gente.
Pessoas que também sofridas
Por esse mal indecente.
De abrir mão de si mesmo
Por uma mera opinião,
Que tornam todos em nada
Um cego numa multidão.
Ouvindo um barulho infernal
Todos mostrando um sinal
Sem saberem a direção.
Preciso me encontrar

Eu pego o meu celular
E de repente uma hora se passou.
O que fiz? Eu não Fiz nada.
Meu tempo que acabou.
Como estou? acelerado!
Sempre, sempre acompanhado.
Por milhares que nem conheço.
Que ditam o que vou vestir.
Os lugares pra onde sair.
O que posso e o que mereço.
O menino de mandado

João sonhava em ser professor
Ele era de um bairro simples e bonito
De um povo alegre e unido
Ligados por amizade e amor.
E João na sua infância,
Era uma excelente criança
Obediente e educado.
Todo o povo o amava
E com carinho lhe chamava:
O menino de mandado.
Quando vou parar para cuidar de mim?

Os dias se passam E estou quase igual, As minhas escolhas Me fizeram mal. É que eu ouvi muita gente, Amigos e parentes, Que apostavam em mim. E nas muitas palavras, Ouvi a quem falava Mas não me ouvi. Corri tão veloz Por onde apontaram. Me fiz alguém útil Como desejaram. Matei os meus sonhos, […]